Telhas Perkus

comercial@rcasagrande.com.br

+55 (47) 3203-6200

Escolha do sistema de descarga deve seguir critérios técnicos.

Tanto a solução com válvula instalada na parede quanto o modelo com caixa acoplada ou embutida demandam diferentes análises no momento da especificação.

Diversos critérios técnicos e estéticos precisam ser considerados na especificação do sistema de descarga ideal para cada banheiro. Desempenho, eficiência e economia de água são algumas das características a serem analisadas. “Nessa lista entram ainda a fácil manutenção e higienização, além do conforto e beleza”, destaca o projetista Daniel Machado Costantin, gerente técnico da Montana Hidrotécnica.

A configuração hidráulica do edifício também interfere na escolha da descarga, afinal, a solução com válvula instalada na parede tem alimentação diferente se comparada com o sistema com caixa. “O dimensionamento das tubulações e ramificações influenciará até mesmo no orçamento do projeto hidráulico, principalmente, em construções com muitos andares”, afirma Joaquim Coelho, diretor Comercial da Astra.

A especificação da descarga passa pela verificação do uso do empreendimento, ou seja, se é residencial, público, hospitalar, industrial, escolar, entre outros. “Assim como a frequência de acionamentos e a quantidade de pavimentos”, diz Costantin, indicando que essas características afetam a pressão da água, a distribuição da rede hidráulica e o posicionamento dos banheiros dentro do edifício.

De acordo com Coelho, quando a pressão de alimentação for alta, pode ser necessário o uso de redutores. “Por outro lado, caso seja baixa demais, acaba não gerando a vazão mínima para o funcionamento de alguns sistemas de descarga”, compara. A área disponível no banheiro é outra variável que entra nessa equação, já que a bacia com caixa acoplada fica mais distante da parede e precisa de espaços maiores.

TIPOS DE SISTEMAS

A válvula é aquele tipo de acionamento na parede com uma tubulação direta no encanamento do banheiro, liberando a água quando ativada – Joaquim Coelho.

Atualmente, as opções de descarga mais frequentemente empregadas são os sistemas com válvula ou caixa. “A válvula é aquele tipo de acionamento na parede com uma tubulação direta no encanamento do banheiro, liberando a água quando ativada”, explica Coelho. “Já a caixa está disponível em dois tipos: acoplada, que fica sobre a bacia sanitária, e a embutida, posicionada dentro da parede”, completa Costantin.

Segundo Coelho, a principal diferença entre a solução com válvula e a caixa está na quantidade de água liberada durante o acionamento. “As caixas trabalham com volume fixo, que pode ser ajustado por meio da regulagem correta dos mecanismos internos, gerando assim maior economia”, comenta. Os dois sistemas também apresentam procedimentos de instalação e manutenção distintos.

A escolha pela caixa visando a economia de água pode não atingir o resultado esperado em algumas situações. “Caso a descarga não tenha a energia adequada, o usuário terá que acioná-la duas vezes para que a limpeza seja eficiente. Com isso, dobra o volume de água utilizado”, destaca Costantin, indicando que a caixa embutida tem melhor eficiência por ser instalada mais alta do que a acoplada.

É possível encontrar no mercado mecanismos para caixa acoplada de duplo acionamento.

“Compostos por descargas parcial (3 litros) e total (6 litros), são indicados para dejetos líquido e sólido, respectivamente”, informa Coelho, afirmando que as bacias com caixa acoplada são muito usadas pelas construtoras por ser alternativa financeiramente interessante. “Apesar do custo mais alto da louça, há menos gastos com os materiais necessários à instalação”, diz.

“A solução com o vaso acoplado à caixa de descarga se popularizou devido seu baixo custo, assim como a impressão de simplicidade da válvula de descarga. Mas, nada se compara a eficiência, beleza e praticidade da caixa embutida na parede. Porém, algumas lendas sobre a dificuldade de manutenção tornaram o produto impopular”, avalia Costantin, lembrando que toda intervenção corretiva é feita pela janela de inspeção, que é o próprio acionador.

A solução com o vaso acoplado à caixa de descarga se popularizou devido seu baixo custo, assim como a impressão de simplicidade da válvula de descarga. Mas, nada se compara a eficiência, beleza e praticidade da caixa embutida na parede – Daniel Machado Costantin.

A caixa embutida não necessita de coluna de água dedicada, já que é alimentada pelo ramal de 1/2’’ do próprio banheiro. Tem funcionamento automático, uma vez que, após o acionamento, entra num ciclo que evita a necessidade de ficar pressionando o botão.

Já as válvulas tendem a utilizar maior quantidade de água. O fluxo liberado depende, basicamente, do tempo de acionamento e também da altura em que a caixa d’água está. “Em média, são descarregados 2,8 litros por segundo. Em casos com o botão pressionado por período prolongado, esse valor até quadruplica”, calcula Costantin. A solução necessita de coluna de água dedicada para sua alimentação, dificultando o projeto e aumentando os custos.

QUANDO USAR

Os sistemas de descarga com válvulas ou caixas elevadas — modelo em que a caixa é instalada no alto, tem tubulação aparente e é controlada por cordão — devem ser evitados em banheiros públicos. Isso porque dificultam que crianças realizem o acionamento e também são mais sensíveis a práticas inadequadas, como usuários que liberam o fluxo de água sem necessidade, querendo apenas elevar o consumo do empreendimento.

“Em ambientes com alto tráfego de pessoas é aconselhável o uso de caixas que tenham manutenção simples, além de volume fixo de descarga que gere economia de água, mas com restrição de um curto período de tempo entre um acionamento e outro”, indica Coelho. Em imóveis residenciais ou uso menos frequente do banheiro, podem ser usadas as válvulas ou caixas baixas, já que estarão livres de vandalismo e oferecem preços mais acessíveis.

ECONOMIA DE ÁGUA

Coelho informa, usando o site da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) como fonte, que uma válvula bem regulada consome, em média, 10 litros por acionamento. “Comparando com a caixa com mecanismos de duplo acionamento, temos os 10 litros da válvula contra 6,8 litros para uma descarga completa da caixa acoplada, ou seja, há redução de 32% no consumo”, ressalta.

Por outro lado, para um acionamento parcial da caixa acoplada são necessários 4,2 litros — resultando em economia de 58% e relação às válvulas. “Utilizando a proporção de 70% de uso para líquidos e 30% para sólidos, temos redução total média de 50% no consumo de água com a descarga”, calcula Coelho.

NORMAS TÉCNICAS

Existem várias normas relacionadas à instalação de esgoto e água, bacias sanitárias, caixas de descarga e acessibilidade. Costantin lista as mais importantes:

• ABNT NBR 9050 — Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos;

• ABNT NBR 5626 — Instalação Industrial de Água Fria;

• ABNT NBR 15491 — Caixa de Descarga para Limpeza de Bacias Sanitárias Requisitos e Métodos de Ensaio;

• ABNT NBR 8160 — Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário – Projeto e Execução;

• ABNT NBR 16727 — Bacia Sanitária Parte 1: Requisitos e Métodos de Ensaio;

• ABNT NBR 15857 — Válvula de Descarga para Limpeza de Bacias Sanitárias — Requisitos e Métodos de Ensaio.

ESTÉTICA E POSICIONAMENTO

A estética do banheiro é diretamente afetada pelo sistema de descarga instalado. Em relação aos acabamentos, a indústria disponibiliza produtos com modelos e cores variadas. “São diferentes tipos de bacias, caixas e acabamentos para as válvulas e botões de acionamento. Tudo para que o consumidor possa escolher os que mais lhe agradem”, afirma Coelho. “Sistema de descarga invisível e com acionadores bonitos faz uma das melhores composições do ambiente”, opina Costantin.

Assim como a beleza visual, é importante analisar a funcionalidade da solução. As válvulas, por exemplo, otimizam a utilização do espaço dentro do banheiro, porém têm manutenção mais complicada e que pode demandar a quebra dos revestimentos e parede.

O posicionamento da descarga em relação à altura precisa conciliar as exigências de acessibilidade, design do ambiente e o fornecimento da maior energia para o sistema. Para válvula de descarga, a altura entre o piso acabado e o acionamento deve ficar entre 1,10 m e 1,20 m.

Quando a caixa de descarga for elevada, tem que apresentar a saída de água posicionada entre 1,30m e 1,70m de altura em relação ao piso acabado. “A caixa de descarga baixa, depois de instalada, precisa apresentar a saída de água posicionada abaixo de 0,80 m. Por fim, a caixa de descarga de média altura apresenta a saída de água posicionada entre 0,80 m e 1,30 m”, conclui Coelho, destacando que os valores são definidos por norma técnica.

Matéria comentada do portal: https://www.aecweb.com.br/

Para ler a matéria na íntegra acesse: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/escolha-do-sistema-de-descarga-deve-seguir-criterios-tecnicos/19720

Rolar para cima