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Fios e cabos elétricos: como especificar e evitar erros de manutenção?

No projeto do sistema elétrico, fios e cabos têm funções muito particulares de acordo com as suas propriedades. A diferença entre esses materiais é, que enquanto os fios são formados por filamento metálico único e rígido, os cabos têm vários fios torcidos em sua composição, o que os torna mais flexíveis. “Ambos são fabricados em cobre, porém o alumínio também pode ser a matéria-prima”, afirma o engenheiro Edson Martinho, diretor-executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).

O grande problema são os incêndios decorrentes do aquecimento excessivo de fios e cabos dimensionados inadequadamente – Edson Martinho.

Por serem mais simples, os fios são indicados para instalações com menor intensidade de corrente, como sistemas de iluminação, tomadas comuns e chuveiros. Já os cabos atendem a equipamentos que pedem maior carga elétrica, como bombas de piscinas, fornos elétricos de restaurantes, quadro de entrada de edifícios ou máquinas industriais de grande porte.

O tipo de equipamento também precisa ser levado em consideração no momento de calcular as bitolas, tecnicamente conhecidas como seções nominais. “Existe o risco de ocorrerem sobrecargas em todo o sistema elétrico se forem instalados materiais com bitolas menores do que as ideais”, adverte o profissional.

Como especificar fios e cabos elétricos

Para especificar os fios e cabos adequados, é necessário conhecer as cargas do sistema, a extensão do circuito e os tipos de dutos, ou seja, se serão eletrocalhas, eletrodutos fechados, abertos, entre outros. “Com base nessas informações, é possível definir o modelo do condutor, sua seção transversal e qual deve ser o isolamento”, afirma Martinho, destacando que a intensidade da corrente elétrica é a característica que mais interfere no projeto. Segundo ele, o cálculo inadequado traz riscos para a segurança dos ocupantes da edificação. “O grande problema são os incêndios decorrentes do aquecimento excessivo de fios e cabos dimensionados inadequadamente”, complementa.

O caminho que os condutores deverão percorrer por dentro dos eletrodutos também precisa ser considerado. Como os fios são rígidos, se tiverem de fazer uma curva de 90°, há o risco de o elemento metálico se partir, interrompendo todo o circuito. Nesse caso, o ideal é optar pelos modelos mais flexíveis dos cabos, que são maleáveis e fazem curvas com facilidade, tornando o processo de instalação mais ágil.

BITOLAS X USOS

Estão disponíveis no mercado fios e cabos com bitolas que variam de 1,5 mm² a 240 mm². A seção nominal máxima dos fios é de 10 mm². Já os cabos têm bitolas formadas por sete fios, com seção nominal de até 35 mm²; 19 fios, que vão de 50 mm² até 95 mm²; e 37 fios, a partir de 120 mm². “Fios são mais adequados para instalações prediais, já os cabos são usados em ambientes industriais. Entretanto, essa não é uma regra exata, pois é possível usar bitolas menores em indústrias e maiores em projetos residenciais”, fala o engenheiro.

Bitola

Uso Indicado

1,5 mm²

Circuitos com corrente máxima de 15,5 Ampères (A)

2,5 mm²

Circuitos com corrente máxima de 21 Ampères (A)

4 mm²

Circuitos com corrente máxima de 28 Ampères (A)

6 mm²

Circuitos com corrente máxima de 36 Ampères (A)

10 mm²

Circuitos com corrente máxima de 50 Ampères (A)

16 mm²

Circuitos com corrente máxima de 68 Ampères (A)

25 mm²

Circuitos com corrente máxima de 89 Ampères (A)

70 mm²

Circuitos com corrente máxima de 171 Ampères (A)

70 mm²

Circuitos com corrente máxima de 237 Ampères (A)

120 mm²

Circuitos com corrente máxima de 239 Ampères (A)

QUALIDADE

As principais normas técnicas que norteiam a especificação de fios e cabos elétricos são a ABNT NBR NM 247 – Cabos isolados com policloreto de vinila (PVC) para tensões nominais até 450/750 V e a ABNT NBR 7288 – Cabos de potência com isolação sólida extrudada de cloreto de polivinila (PVC) ou polietileno (PE) para tensões de 1 kV a 6 kV. Por se tratar de material que tem influência direta sobre a segurança da edificação, os fios e cabos elétricos de até 750 V devem passar pela certificação compulsória do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

É importante salientar que a instalação elétrica deve ser protegida contra sobrecargas e curto-circuito pelos disjuntores e fusíveis – Edson Martinho.

MANUTENÇÃO E PROBLEMAS

Para evitar a compra de produtos com bitolas diferentes daquelas descritas em projeto, o instalador deve observar as características impressas na parte externa do fio ou cabo. A embalagem também traz essas informações, juntamente com o selo de certificação que atesta a qualidade do elemento condutor.

Durante a manutenção do sistema elétrico, os principais erros que podem ocorrer são o subdimensionamento, a presença de material com proteção inadequada ou uma conexão mal executada. É aconselhável verificar as condições dos condutores anualmente. Já análises mais aprofundadas podem ser feitas a cada cinco anos. “É importante salientar que a instalação elétrica deve ser protegida contra sobrecargas e curto-circuito pelos disjuntores e fusíveis. Esses equipamentos devem estar coordenados com os fios e cabos para não haver erros”, finaliza Martinho.

COLABORAÇÃO TÉCNICA: Edson Marinho

Matéria adaptada do portal: https://www.aecweb.com.br/

Para ler a matéria na íntegra acesse: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/fios-e-cabos-eletricos-como-especificar-e-evitar-erros-de-manutencao/15838?utm_source=sales_force&utm_medium=email&utm_term=&utm_content=&utm_campaign=boletim_revista_digiral

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