Segundo Rafael Dutra, coordenador de aplicação da Trane, um erro cometido durante a seleção de sistemas de ar condicionado é dispensar o apoio de um consultor especializado. “Esse profissional tem conhecimento para identificar quais são as reais demandas dos usuários e indicar a máquina certa em função das características do local de instalação, bem como as obras civis necessárias”, diz ele, lembrando que falhas na instalação são causa de perda de desempenho do ar condicionado e de desperdício de energia.
Outra recomendação do especialista é dar preferência a aparelhos fornecidos por empresas com boa reputação no mercado, capazes de oferecer ampla disponibilidade de peças de reposição e assistência técnica.
POTÊNCIA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Uma vez que tenham sido mapeadas as características do local de instalação, incluindo estrutura elétrica, hidráulica e física, é possível partir para a comparação dos equipamentos. Na hora da escolha, alguns pontos a serem analisados são a capacidade, a eficiência energética e a voltagem.
“Quando falamos em dimensionamento do ar condicionado, um equívoco comum é considerar apenas a metragem do ambiente no cálculo da carga térmica, deixando de lado fatores como incidência de sol nas paredes, equipamentos eletrônicos, além da quantidade de usuários e de janelas”, acrescenta Leandro Batista Medeiros da Silva, coordenador de Assistência Técnica na Fujitsu General do Brasil.
Também vale observar os recursos tecnológicos que a máquina possui, como o sistema inverter ou dual inverter que, segundo os fabricantes, pode reduzir até 40% do consumo de energia em comparação aos dispositivos convencionais.
Em especial para aplicações em dormitórios e studios, vale dar atenção aos níveis de ruídos emitidos. Para quem valoriza o cuidado com o meio ambiente, há, ainda, produtos que utilizam gases refrigerantes menos poluentes.
AR CONDICIONADO SPLIT OU DE PAREDE?
Para aplicações residenciais, entre os modelos mais usuais de ar condicionado estão o de janela (ou parede) e o split. O primeiro possui um sistema de exaustão que empurra o ar quente para trás e pelos lados, enquanto o sistema de refrigeração é apontado para dentro do ambiente.
De instalação mais simples, esses equipamentos costumam emitir mais ruídos em comparação aos modelos split. Estes últimos são compostos por uma unidade condensadora, instalada em área externa, e por unidades compactas de sopradores ou evaporadoras, geralmente inseridas em paredes com baixa incidência solar.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Um aspecto que pode diferenciar os equipamentos de ar condicionado disponíveis no mercado é a integração com dispositivos de automação residencial e com a Internet das Coisas.
O Selo Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), que indica a eficiência de cada máquina, também serve como baliza para comparar diferentes modelos. Contudo, atualmente quase todas as máquinas novas desenvolvidas pelos principais fabricantes são classificadas com a etiqueta A, indicando máxima eficiência. “Esse nivelamento está motivando mudanças no processo de certificação, que deverá adotar critérios mais rígidos para permitir maior distinção entre os produtos oferecidos”, comenta Rafael Dutra.
QUALIDADE DO AR E MANUTENÇÃO
Muitas vezes quem compra aparelho para refrigerar ambientes não dá muita atenção à qualidade do ar interno. “Mas é preciso entender que o ar condicionado é um sistema composto por vários componentes. A máquina é uma parte que deve ser complementada por soluções para renovação de ar, como rede de dutos, ventiladores e filtros, conforme exigência das normas técnicas”, cita Dutra.
Da mesma forma são indispensáveis boas práticas para a manutenção do sistema, sobretudo a realização de intervenções periódicas para higienização dos filtros.
Texto: Juliana Nakamura
COLABORAÇÃO TÉCNICA: Rafael Dutra – Engenheiro mecânico, é coordenador de aplicação da Trane.
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